Escolher o lubrificante correto e entender sua condição operacional não é apenas uma questão técnica. É uma decisão estratégica que influencia diretamente a produtividade, os custos de manutenção e a segurança dos equipamentos.
Neste artigo, você aprenderá como realizar o cálculo de lubrificação de forma precisa para otimizar a vida útil dos rolamentos.
Continue a leitura para ter acesso a uma ferramenta que vai te ajudar a realizar essa mensuração.
O que é a lubrificação e por que ela importa?
A função da lubrificação industrial nada mais é do reduzir o atrito entre as superfícies metálicas de contato e o calor gerado durante a operação.
Sendo assim, um rolamento com carga e velocidade corretas, mas com lubrificação incorreta, por exemplo, terá sua vida útil drasticamente reduzida.
Não à toa, inclusive, segundo a SKF, o processo de seleção de rolamentos envolve oito etapas fundamentais, sendo a 4ª, referente a lubrificação, uma das mais críticas.
Nesse contexto, calcular corretamente a condição de lubrificação é essencial para garantir a confiabilidade e a segurança do equipamento.
Ou seja, investir tempo no cálculo e na escolha adequada da lubrificação é, portanto, uma decisão estratégica para qualquer operação industrial.
Leia também: Quais são os tipos de rolamentos e suas aplicações?
Qual a relação de viscosidade no cálculo de lubrificação?
A escolha assertiva do lubrificante passa pela condição do mesmo. Isso porque a viscosidade do óleo ou da graxa influencia a seleção de tamanho do rolamento.
Rolamentos submetidos a condições de lubrificação insuficientes precisam ser sobredimensionados para atingir a vida nominal.
Sem contar que, é justamente a viscosidade que forma uma película lubrificante adequada entre as superfícies em contato, protegendo o rolamento contra desgaste e superaquecimento.
Por isso, ela faz parte da fórmula do cálculo de lubrificação. Isto é, para quantificar essa condição, utilizamos a relação de viscosidade (κ), que compara a viscosidade real do lubrificante com a viscosidade nominal requerida pelo rolamento:
K = V/V1
Onde:
- K: condição de lubrificação do rolamento. Ou seja, a relação de viscosidade que indica se o lubrificante é adequado para formar uma película protetora suficiente;
- V: viscosidade operacional real do óleo ou óleo-base da graxa [mm²/s];
- V1: viscosidade nominal, função do diâmetro médio e da velocidade de rotação do rolamento [mm²/s].
Aqui:
- K < 0,1: lubrificação insuficiente, risco elevado de desgaste e falha prematura do rolamento;
- K = 4: lubrificação adequada, com formação de película protetora suficiente, garantindo vida útil nominal do rolamento;
- K > 4: refere-se a uma viscosidade excessiva do lubrificante.
E para facilitar esse processo, desenvolvemos uma calculadora que realiza a mensuração da fórmula da condição para você. Basta preenchê-la:
[inserir calculadora]
Como realizar o cálculo de lubrificação?
Para realizar o cálculo é preciso, primeiro, determinar o V e o V1.
Quanto à primeira variável, basta consultar o índice de viscosidade do lubrificante e a sua viscosidade à 40º, conforme destacado na ISO 3448.
Agora, para a segunda variável, é possível calculá-la usando:
- O diâmetro médio do rolamento, d m = 0,5 (d + D) [mm];
- Velocidade de rotação do rolamento, n [rpm].
Mas, se preferir, a SKF, por exemplo, disponibiliza ferramentas online, e gratuitas, capazes de realizar esse cálculo com mais facilidade.
O cálculo de lubrificação é indispensável para o entendimento quanto à adequação do mesmo à operação. Dependendo do resultado, é possível decidir os ajustes necessários, incluindo a escolha do lubrificante e do intervalo de relubrificação, por exemplo.
Esse processo, portanto, é determinante para a confiabilidade, segurança e vida útil prolongada do rolamento.
Leia também: Como fazer o cálculo de polias?
Principais problemas causados por erros no cálculo de lubrificação
Para ressaltar o impacto do cálculo de lubrificação, vale destacar os principais problemas, causados aos rolamentos industriais, por erros nessa etapa:
- Desgaste acelerado: o atrito excessivo causa degradação rápida das superfícies metálicas;
- Superaquecimento: pode comprometer o material do rolamento e do lubrificante, gerando problemas no equipamento e na produção;
- Ruído e vibração: indicativos de falha iminente e operação instável do equipamento industrial;
- Falhas prematuras: redução significativa da vida útil do rolamento, impactando a produtividade operacional;
- Aumento de custos: manutenção corretiva e substituição de peças se tornam frequentes, além de perdas de produção devido a paradas não programadas.
Sendo assim, garantir uma lubrificação correta, com o tipo certo de óleo ou graxa e a viscosidade adequada, é a forma mais eficaz de prevenir esses problemas e manter a operação confiável e econômica.
Leia também; Gestão da manutenção industrial: principais indicadores, rotinas e ferramentas
E agora?
Agora que você já sabe como realizar o cálculo de lubrificação, chega a hora de levar essa prática para o dia a dia da sua manutenção de rolamentos industriais.
Para facilitar ainda mais o monitoramento e a prevenção de falhas, desenvolvemos um check-list gratuito de inspeção visual de rolamentos. Com ele, você poderá:
- Verificar rapidamente o estado dos rolamentos em operação;
- Identificar sinais de desgaste, superaquecimento ou lubrificação inadequada;
- Tomar decisões mais precisas sobre manutenção preventiva e relubrificação;
- Reduzir riscos de falhas prematuras e paradas inesperadas.
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